“O que a Uber não quer que você saiba: 10 armadilhas nos Novos Termos que prejudicam motoristas”

Introdução

Você já leu os termos da Uber que aceitou quando começou a trabalhar como motorista ou entregador? Pois é, pouca gente lê. Mas deveria. Ao analisar o documento oficial da empresa, encontrei diversas cláusulas que representam riscos sérios e desvantagens para quem depende da plataforma para trabalhar.

Abaixo, explicamos 10 pontos críticos que todo motorista ou entregador precisa conhecer.

1. Você não é funcionário, mas também não tem garantias mínimas

A Uber diz que você é um “prestador independente” e não reconhece nenhum vínculo empregatício com os motoristas. Isso por si só não é um problema — afinal, a maioria dos motoristas não quer carteira assinada, e sim autonomia com dignidade.

O problema é que, mesmo com essa relação “independente”, a Uber não garante nenhum direito mínimo: não há seguro garantido, apoio em caso de acidente, renda mínima, reajuste justo de tarifas ou transparência nas regras. Você tem obrigações, mas não tem segurança jurídica nem proteção básica. É um jogo desigual, onde a empresa lucra e o motorista arca com todos os riscos.

2. Avaliações podem te desativar da plataforma

Sua conta pode ser suspensa ou bloqueada se suas avaliações caírem abaixo da média determinada pela Uber. Detalhe: a empresa não garante defesa nem reavaliação justa — um erro ou má fé de um usuário pode te tirar do ar.

3. A Uber pode mudar o valor das corridas quando quiser

O valor que você recebe por corrida pode ser alterado a qualquer momento pela empresa, sem negociação ou consulta prévia. Ou seja, você aceita um trabalho sem saber se ele será bem remunerado amanhã.

4. A Uber decide quanto vai ficar da sua corrida

A empresa pode aumentar a taxa de intermediação (o valor que ela desconta de cada corrida) sem precisar da sua aprovação. Se você continuar usando o app, estará aceitando automaticamente a mudança.

5. Corridas em dinheiro são um risco — e a culpa é sua

Se o passageiro não pagar corretamente, a Uber não assume a perda. Pior: você ainda deve repassar a taxa da Uber, mesmo sem ter recebido.

6. Todos os custos da operação são seus

Combustível, manutenção, celular, plano de dados, seguro… Tudo sai do seu bolso. A Uber não ajuda com nada disso. Seus ganhos podem parecer bons, mas os custos escondidos são altos.

7. Você pode ser desativado sem aviso ou prova

A Uber pode desativar sua conta a qualquer momento, mesmo sem apresentar provas. Basta uma “suspeita de violação” das políticas ou uma reclamação. Não há garantias de defesa.

8. Você é quem paga se houver problemas legais

Se houver processo, cobrança de imposto, multa ou qualquer problema jurídico, a responsabilidade é toda sua. A Uber se blinda legalmente e você que arque com os riscos.

9. Seus dados podem ser usados como a Uber quiser

A empresa pode coletar e compartilhar suas informações pessoais e de trabalho, inclusive com parceiros e governos. E você concorda com isso ao usar o aplicativo.

10. A Uber tenta dificultar o acesso à Justiça

O contrato diz que o foro é em Osasco-SP, onde fica a sede da empresa. Isso pode intimidar ou confundir motoristas de outros estados. Mas atenção: isso não significa que você só pode processar em Osasco. Já existem decisões que reconhecem o direito do motorista de ajuizar a ação na sua própria cidade. Mesmo assim, essa cláusula mostra como a Uber tenta limitar sua capacidade de buscar seus direitos.

Conclusão

A Uber construiu um sistema em que o motorista assume todos os riscos e custos, enquanto a empresa lucra com segurança e flexibilidade. Não se trata de parceria: é um contrato desigual que precisa ser debatido.

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Só com informação e união podemos mudar essa realidade. Compartilhe este artigo com outros motoristas e junte-se à nossa luta contra o PLP 12/2024 e pela aprovação do PL 536/2024 que garantira condições mais justas!

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