Com mais de 30 mil corridas realizadas e oito anos nas ruas, Juliano Brum conhece como poucos os bastidores da vida de um motorista de aplicativo. Ele já viu o setor crescer, mudar e, segundo ele, perder o rumo. Hoje, faz quase todas as suas viagens na categoria Comfort e defende com firmeza a regulamentação da profissão — mas não qualquer regulamentação.
Neste depoimento exclusivo ao blog, Juliano compartilha sua trajetória, faz duras críticas ao Projeto de Lei Complementar 12/2024 e defende uma regulamentação que seja feita “de motoristas para motoristas”.
🚘 “Já passei por todas as fases dos aplicativos”
“Já vivi praticamente todas as épocas dos aplicativos, desde a fase que era muito boa até o dia de hoje. Já passamos por momentos piores, mas hoje a categoria X está completamente inviável de se trabalhar.”
Com estratégia e experiência, Juliano encontrou no Comfort uma forma mais justa de trabalhar:
“98% das minhas corridas são na categoria Comfort. Com 8 anos de aplicativos e mais de 30 mil corridas, já sei como me posicionar para poder faturar.”
📢 “A regulamentação é urgente — para os motoristas e para a sociedade”
Juliano acredita que a falta de regras claras coloca em risco não só os motoristas, mas também os passageiros:
“É inadmissível que qualquer pessoa sem instrução possa transportar vidas. Precisamos que a atividade tenha regras.”
E mais do que isso: ele defende que o modelo atual de remuneração seja reformulado:
“É necessário garantir reajustes anuais e pagamento justo por quilômetro e tempo. Do jeito que está, parece que estamos jogando um jogo onde o adversário é o algoritmo.”
❌ PLP 12/2024: “Não representa os motoristas”
Sobre os projetos que tramitam no Congresso, Juliano é direto:
“A PLP 12/2024 não atende em nada o que os motoristas precisam. Ela taxa a gente em 27,5% e atende só aos interesses da Uber.”
Em contrapartida, ele defende o PL 536/2024, elaborado com a participação de motoristas:
“Essa sim foi feita por nós. Ela traz o que a classe precisa, especialmente o reajuste pelo markup, que garante uma remuneração justa e equilibrada.”
📈 Qualidade de vida e reconhecimento
Para Juliano, uma regulamentação justa significa melhor qualidade de vida:
“Saber que a corrida vai tocar num valor justo ajuda muito na meta diária. Isso reduz jornadas exaustivas e permite que os motoristas tenham mais tempo com a família.”
✅ Benefícios, desafios e sugestões
Benefícios:
- Remuneração digna
- Profissionalização da categoria
- Credibilidade para os aplicativos
Desafios:
- Adaptação dos motoristas às regras
- Fiscalização de condutas inadequadas
Sugestão importante:
“Precisamos de um curso obrigatório de transporte de passageiros. Afinal, transportamos vidas.”
🧭 Rumo a um novo futuro para os motoristas
A fala de Juliano Brum representa o sentimento de muitos profissionais que atuam no setor: chega de exploração, é hora de valorização. A regulamentação precisa ser construída com quem está na ponta — e não nos gabinetes das grandes empresas.
O que você achou das palavras do Juliano? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe essa entrevista com outros motoristas!
Concordo em grau gênero número com Juliano somos explorados todos os dias, no X praticamente inviável trabalhar, tudo encareceu gasolina,álcool,GNV até a passagem de ônibus mas o valor do Uber não, tu chega 5.88 a corrida tem 4 passageiros é certo isso? Era pra ser corrida mínima 10 pila, foi como Juliano falou não precisaria ficar 12 horas 14hs 16hs na rua e zero qualidade de vida espero que melhore estou dês 2019 e já tive altos e baixos mas hoje está muito difícil trabalhar no aplicativo!!!!